A valorização extrema
da individualidade, a competição acirrada, a flexibilização das relações de
trabalho e a precarização dos laços sociais contribuem para a fragmentação do
indivíduo, tornando-o cada vez mais isolado em sua busca por sucesso e
reconhecimento. Nesse contexto, Circuitos da solidão não se propõe a
oferecer apenas um panorama abrangente da solidão: pode se tornar uma
ferramenta clínico-teórica para refletir sobre as profundas transformações em
curso e os desafios impostos pela experiência coletiva de isolamento e perda.
- Bernardo Tanis
Mais do que eliminar as experiências de solidão, negando-as,
disfarçando-as, vendo nelas apenas o sofrimento e a dor e não lhes reconhecendo
uma dimensão positiva do humano, mais do que expulsá-las, trata-se, ao
contrário, de retirar a solidão... do isolamento. Em uma civilização que reúne
os traços contraditórios do caráter de massa e do ultraindividualismo, já há
nisso algo de profundamente terapêutico.
- Luis Cláudio Figueiredo
Psicanalista, doutor pelo Núcleo de Psicanálise da PUC-SP. Ex-presidente da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (2017-2020), da qual é Membro efetivo e docente. Editor da Revista Brasileira de Psicanálise (2010-2014). Diretor de Comunidade e Cultura da FEPAL (2008-9). Foi docente e coordenador do Curso de Especialização Psicanálise com Crianças do Instituto Sedes Sapientiae e docente do Curso de Especialização em Teoria Psicanalítica CGEAE-PUC-SP. Autor de: Memória e temporalidade: sobre o infantil em Psicanálise; Circuitos da Solidão: entre a clínica e cultura e organizador junto com Magda Khouri de Psicanálise nas tramas da Cidade (Ed. Casa do Psicólogo) e com Eliana Rache de Roussillon na América Latina (Ed. Blucher).
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