Discursos e Percursos Didático-Definidores

Neste trabalho, pretendemos examinar de que modo podemos conceber a elaboração didático-pedagógica do conhecimento através da noção de ´painéis conceituais´ (grosso modo, organizações sistêmicas de conceitos que constituem dinâmicas constelações polidimensionais de unidades conceituais sincrônico-diacrônicas, representadas por definições essencialistas ["definições científicas"] e definições não-essencialistas ["definições não-científicas"]), formados por ´discursos didático-definidores´ (grosso modo, discursos-síntese que implicam uma composição ad hoc de teorias científicas e métodos lógico-discursivo-pedagógicos, gerados concretamente em contextos de interação e colaboração), distribuídos ao longo de diversos ´percursos didático-definidores´ (grosso modo, conjunto de ´continua´ [cf. continuum] de discursos didático-definidores, tendo em um pólo as definições absolutamente essencialistas [ou definições de caráter intensional objetivista - definições aqui consideradas como possuidoras de estatuto científico, ou seja, assumidas como "definições científicas" ou "definições formais"] e, no pólo oposto, aquilo que entendemos genericamente por "definições não-essencialistas" [isto é, definições de caráter extensional, definições de caráter intensional subjetivista e/ou convencionalista, e pseudodefinições - ou seja, assumidas como "definições espontâneas", "definições não-científicas" ou "definições informais"], sendo que os intervalos entre tais pólos são preenchidos por gradientes de definições intensionais objetivas estipuladoras e/ou definições intensionais subjetivo-convencionais estipuladoras, ambas constituintes de objetos-de-discurso propriamente ditos; tais definições comporão, junto a outros elementos, aquilo que denominaremos "discursos didático-definidores"), segundo uma teoria da formação dos conceitos em Vygotsky.