“Sinto saudades das batatas de lá, mas adoro o chester daqui”: assim, Ana Maria, de 8 anos, sintetiza a ambiguidade inerente à condição do expatriado. Como lidar com ela? A resposta, como mostra Lisette Weissmann neste livro, depende de vários fatores, que a autora organiza num triângulo conceptual: o intrapsíquico, o vincular/familiar e o sociocultural. As seis amostras de “discurso familiar” que nos apresenta sugerem que o segundo é decisivo para construir uma “malha de contenção” das angústias envolvidas na adaptação ao novo ambiente, por sua vez necessária para poder aproveitar as oportunidades oferecidas pela situação de interculturalidade.
Psicanalista experiente e bem informada, ao estudar um problema muito atual, Lisette ilumina diversas facetas da sociedade contemporânea, assim como das modalidades de subjetivação que nela podem se estruturar.
É mestre em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e doutora em Psicologia Social pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP); psicanalista e terapeuta de casais e famílias, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, da Associação Internacional de Psicanálise de Casal e Família (AIPCF) e da Associação Brasileira de Psicanálise de Casal e Família (ABPCF); membro do Projeto Ponte, atendimento psicanalítico a migrantes; sócia-fundadora da Asociación Uruguaya de Psicoanálisis de las Configuraciones Vinculares (AUPCV) e supervisora habilitante da Asociación Uruguaya de Psicoterapia Psicoanalítica (AUDEPP); professora do Centro de Estudos Psicanalíticos (CEP) de São Paulo e da Business School São Paulo (BSP); autora dos livros "Famílias monoparentais: um olhar da teoria das configurações vinculares" (Casa do Psicólogo, 2009) e "Atendimento psicanalítico de família" (Zagodoni, 2014).
Saiba mais
Prólogo
Marcelo N. Viñar
1. Introdução
2. Globalização, cultura, fronteira
3. Migrações
4. Psicanálise das Configurações Vinculares
5. Percurso de trabalho psicanalítico vincular
6. Casos clínicos
7. Considerações finais
Posfácio – Figuras da diferença: a cultura e a língua em sofrimento
Maria Inês Assumpção Fernandes
Referências