A parábola das estátuas pensantes
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Sempre dolorosa e paradoxal é a relação do homem com o tempo. Tempo que se deseja controlar é o tempo que não se pode deter… Há cerca de trinta anos, o tema abordado neste livro seria de interesse de uma parcela bastante restrita da população, as pessoas da chamada terceira idade. No entanto, a partir da virada do século XXI, o envelhecimento se converteu gradual e progressivamente em preocupação de pessoas cada vez mais jovens. O flagrante aumento da preocupação com a manutenção da beleza e da juventude e a tomada do envelhecimento como uma das principais questões do homem ocidental contemporâneo merecem um exame detalhado, tanto das condições sociais quanto dos movimentos subjetivos, marcados pela lógica mercantilista. Quando o envelhecimento é vivido como adoecimento, vive-se ao mesmo tempo o medo da exclusão social e o horror diante do desamparo e da perda das referências afetivas.
Psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae de São Paulo e professora do Curso de Psicanálise desse mesmo instituto. É mestre e doutora em Psicologia Social pelo Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) com pós-doutorado pelo Departamento de Psicologia Social do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP). É autora do livro O tempo e os medos: a parábola das estátuas pensantes (Blucher, 2017).
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