Contribuições clínico-políticas da psicanálise sobre mulheres negras
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Os muitos nomes de Silvana poderiam ser “os muitos nomes" de Maria, Paula, Conceição, entre outros. Essas personagens, apesar de terem diferenças identitárias e históricas, têm algumas características em comum: são mulheres, pobres e negras. A autora tenta cercar, numa abordagem da Psicanálise em interface com a História, a Sociologia e a Antropologia, essas características e buscar a difícil e quase impossível explicação sobre os caminhos obtusos e sinuosos do silenciamento da “cor” nas pesquisas psicanalíticas. A leitura não deixa dúvida sobre a representação destas mulheres no imaginário coletivo de uma sociedade racista como a brasileira. O consciente e o inconsciente, o dito e o não-dito se misturam em nosso cotidiano, como se formassem um iceberg cuja ponta podemos enxergar a olho nu, mas não a parte mais profunda que exige as ferramentas de uma análise psicanalítica.
Kabengele Munanga
Saiu na imprensa:
- Portal Terra: Livro lança luz sobre a psicanálise nas questões raciais
- Jornal da USP: Livro discute racismo estrutural e psicanálise a partir de histórias de mulheres negras
- India Education Diary: University Of São Paulo: Book Discusses Structural Racism And Psychoanalysis From The Stories Of Black Women
Psicanalista, educadora da Arco-Escola Cooperativa. É doutora em Psicologia Clínica pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IP-USP) e membro do Laboratório Psicanálise Sociedade e Política da mesma instituição, desde 2004. Autora de vários artigos e capítulos de livros dos quais se destacam: “Articulações entre psicanálise e negritude: desamparo discursivo, constituição subjetiva e traços identificatórios” (2017) e “Escutando os subterrâneos da cultura: racismo e suspeição em uma comunidade escolar” (2018), ambos em parceria com Miriam Debieux; e “Racismo e sexismo: desafios da constituição psíquica de mulheres negras e homens negros”, em parceria com Priscilla Santos de Souza, do livro As escritas do Ódio: psicanálise e política (Escuta, 2018).
Saiba mais
Prefácio – Sobre mulheres negras: uma posição psicanalítica
Referências
Apresentação
Introdução
Os muitos nomes de Silvana
Quando os muitos nomes viram um
Uma mulher entre muitas mulheres: muitas histórias e uma só cor
1. Sandra: sobre a invisibilização das mulheres negras brasileiras
Invisibilização e desaparecimento social: subexposição e superexposição
O negro no mundo dos brancos: produção do branqueamento e da branquitude
Branqueamento como política de Estado
Branquitude e o discurso sobre o desejo de branquear
O silêncio da psicanálise sobre a negritude e a condição social: autores incolores e daltonismo nas pesquisas
Psicanalistas negras esquecidas e silenciadas: apagamentos sucessivos de uma mesma cor
O segredo de Virgínia Bicudo
Neusa Souza e o ser negro como um vir a ser
Lélia Gonzalez: enegrecendo o feminismo
2. Sônia: uma história escravizada e seus rastros
O escravismo e a tentativa de “passar em branco”
Produção dos sem-raízes e sem-história
A queima de arquivos
A história oficial: o mito da harmonia racial
Mestiço como símbolo nacional: sincretismo cultural e exclusão social
Feijoada: da metáfora da mestiçagem às marcas de resistência
Vestígios da insurgência: Sônia e a casa com muita gente
3. Suzana e o retorno das algemas
Eu pareço suspeito?
A pobreza no Brasil tem cor
Criminalização da miséria e do conflito: encarceramento e genocídio
Primeiro prende, depois julga
Reaja ou será morto!
Sobrevivendo no inferno
4. Selma: sobre a servidão, o racismo e o sexismo
Projeto da santa-mãezinha no Brasil colonial
Das escravas amas de leite às babás
A mãe preta e o pretuguês
Função materna e corpo erógeno
Babás e a maternidade transferida
Criadas de ontem e de hoje
Mucamas
A doméstica e a mulata: entre a servidão e o ícone da mulher brasileira
Retorno do insuportável: racismo e a outra face do servil
A dica de Fanon: o negro como o não eu
O estranho como o mais íntimo
Contribuições da psicanálise a respeito do racismo
A calma de olhar
5. Sofia e o tornar-se uma mulher negra
Mãe é tudo igual, mas depende do endereço
A mãe, a mulher e a puta na psicanálise freudiana e algumas dicas de Lacan
O erótico na bibliografia psicanalítica sobre as mulheres negras
O branco como Ideal: espelhamento e identificação
Mais além do espelho: o não identificável e não assimilável
O gozo invejado e suas consequências: retomando Isildinha Nogueira, Neusa Souza e Tiago Reis Filho
As mulheres negras como heteridade
Sofia e sua saída singular: nem só mãe, nem necessariamente puta
Entre folhas e chás, candomblé e pedagogia
6. Considerações finais
Referências