Reflexões psicanalíticas a partir de Melanie Klein e Donald Winnicott
Neste livro, Maysa Bezerra mostra o caminho trilhado desde as primeiras formas de abordar o mundo, isto é, as primeiras formas de amar e destruir, e sua lenta transformação em criatividade e esperança. Como é possível limitar a vontade de tudo querer e tudo consumir, já, imediatamente, sem medida e sem compaixão? O que fazer com essa compulsão que nos habita desde cedo e desafia a nossa capacidade de transformar a culpa de ter destruído em alegria de construir e reparar? Este livro nos ensina que a criatividade primária é tão intensa quanto a tendência a consumir e a destruir. Quando bons encontros são possíveis, cria-se um espaço potencial. Nasce a esperança de novos encontros, apesar dos desencontros. Maysa apresenta relatos de poemas, casos clínicos e filmes – como a bela análise de A legião estrangeira, de Clarice Lispector, nos quais as formas impiedosas de amar dão lugar ao movimento de reparação de um mundo interno em pedaços, impulsionando-nos a inventar e construir novos horizontes. Trata-se do desafio de se tornar mais plenamente humano.
Elisa Maria de Ulhôa Cintra
Psicanalista. Mestre e doutoranda em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo (USP), graduada em Psicologia pela Universidadde Federal de Pernambuco (UFPE). Membro do LIPSIC (USP/PUC-SP) e sócia do CPPL, instituição localizada no Recife e referência no trabalho com autismo, onde atua em psicoterapia de grupo. No consultório particular, atende crianças, adolescentes e adultos. É autora de artigos científicos e capítulos de livros na área, e possui experiência como docente em temas ligados à psicanálise, com especial interesse na teoria de Melanie Klein e nas contribuições dos pós-kleinianos.
Saiba mais
Prefácio
Marina F. R. Ribeiro
Introdução
Mapa breve do sentido
Parte I – Primeira margem do rio
O fio que tece a criatividade e a esperança em Melanie Klein
1. Ferir, perder e amar: travessia guiada pela ópera L’Enfant et les Sortilèges
2. Os abismos da entropia psíquica no filme Sete minutos depois da meia-noite
3. Inveja e gratidão nas tramas do mundo interno à luz do conto “A legião estrangeira”
Parte II – Segunda margem do rio
Winnicott e a arte do viver criativo como anúncio da esperança
4. O ambiente como anteparo psíquico no filme A vida é bela
5. A esperança que habita e resiste no gesto vital
6. A criatividade e a esperança nas bases do vir a ser: um encontro possível?
Epílogo
No caminho entre pedras e roseiras, um poema
Posfácio
O que se pode ganhar com um bom encontro e uma boa conversa
Ana Elizabeth Cavalcanti
Referências