Ensaio psicanalítico sobre o tempo
Se você quiser saber o que é o tempo, abra este livro e verá como, segundo Santo Agostinho, proponho uma escrita lógica que une suas três instâncias: o presente do passado, o presente do futuro e o presente do presente. No centro desse nó borromeano, coloco aquele presente do presente que representa, para todos nós, o tempo como um objeto que ordena a palavra, que permite a narrativa, que usamos para enunciar nossas expectativas, mas que permanece verdadeiramente inatingível.
Esse objeto que escapa à teia da palavra pode ser relacionado ao tempo que a física quântica relativiza e ao tempo subjetivo que a filosofia se esforça para definir. Daí a ideia de considerar o tempo como um objeto que caracteriza cada um em sua maneira de ser, em sua maneira de se alienar ou de se separar do tempo do outro, um objeto que o encoraja em sua pressa de agir e ao qual o sujeito se iguala quando está no tempo do seu desejo.
É psiquiatra e psicanalista, e membro fundador da EPFCL (Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano). Leciona no Collège de Clinique Psychanalytique du Sud-Ouest da França, é membro honorário do Colegio de Psicoanálisis de Madrid e professor convidado do ICLES Milano e da Praxis Roma. Autor de vários artigos em periódicos anceses, espanhóis, brasileiros, gregos e australianos; e autor dos livros Sobre identidade e identificações (Blucher, 2018) e Le présent du présent (Editions Nouvelles du Champ Lacanien, 2020).
Saiba mais
Preâmbulo
1. O tempo dos físicos
2.O tempo das neurociências
3. O tempo dos filósofos
4.0 tempo dos sociólogos
5. Chronos ou Cronos?
6. Estar em sintonia com seu desejo
7. O enigma dos três prisioneiros
6. De volta a Santo Agostinho
9. O tempo da transferência
10. Uma faceta de nossa gramática: o futuro anterior
11. Pontuação
12.0 tempo em Cioran
13. O tempo da separação
14. O tempo do ato
15. O tempo no sonho
16. O desejo indestrutível e os dilaceramentos do tempo
17. O tempo da memoria e do esquecimento
18. O tempo do passe
Posfácio
Referências