A loucura do Eu tomado pelas paixões, o enamoramento apaixonado, as relações passionais, a paixão secreta da loucura privada, as defesas paradoxais, as psicoses: Como podemos pensar a relação entre esses termos? E de cada um deles com a dor e o trauma narcísicos? Por que isso interessa ao psicanalista contemporâneo?
Este livro nasce da urgência clínica. Movido pela escuta de sofrimentos que congelam ou queimam, percorre os limites da loucura, da paixão e da desorganização psíquica. Propõe uma travessia pela linguagem do pensamento louco – íntima, desconcertante –, exigindo do analista hospitalidade e imaginação. Com envolventes vinhetas clínicas e diálogo com autores clássicos e contemporâneos, explora o que desafia o manejo e a simbolização em análises marcadas por paixões extremas e medidas radicais para contê-las. Um convite a pensar pontes em territórios em que a camada civilizatória vacila e os lutos impossíveis fazem gritar os núcleos selvagens da pulsão.
Psicanalista IPA/Fepal/Febrapsi, mem bro efetivo e docente da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP), mestre em Psicologia Clínica pela PUCSP, cocoordenadora do módulo História da Escuta Psicanalítica do curso Introdução à Escuta Psicanalítica (DACSBPSP), autora do livro Crise pseudoepiléptica (Coleção Clínica Psicanalítica, Pearson), Editora do Jornal de Psicanálise (SBPSP) entre 2021 e 2024 e atual editora da Revista Brasileira de Psicanálise (Febrapsi).
Saiba mais
Prefácio – A convocação para o descabível
Daniel Delouya
Apresentação – Psicanálise, esse ofício apaixonante
Juliana Lang Lima
Introdução
1. Paixão e loucura nos limites da clínica psicanalítica
2. Sobre os benefícios clínicos de diferenciar loucura e psicose
3. Paixão e sofrimento: quando o objeto de desejo se transforma em objeto de necessidade
4. A captura no circuito da dor: um desafio clínico
5. Quando o brinquedo não brinca: há futuro para a desilusão?
6. O Eu e seus abalos sísmicos: contribuições contemporâneas à teoria do trauma
7. Do solavanco à despersonalização: a falha de reconhecimento
8. Decameron: faces da desobjetalização e o relançar de laços
9. Hiperconectividade e autocancelamento: o Eu em tempos de excesso
10. Do silêncio ao testemunho: a recuperação do traumático em Édipo Rei como modelo clínico em Psicanálise
11. Por uma Psicanálise com sexualidade, ainda
12. Por que ainda ler Freud?