Quando o amor entre pais e filhos transborda
Quais as decorrências sintomáticas de invasões, excessos, omissões e ataques dos entes cuidadores de um indivíduo no início de sua vida? O que ocorre quando os genitores não conseguem proporcionar um ambiente facilitador para a constituição psíquica do filho rumo à emancipação e ofertam um ambiente patogênico? Neste livro, a autora se dedica ao tema das relações fusionais e dos extravios no processo de individuação separação desses filhos, com o intuito de firmar um pensamento teórico-clínico quanto à escuta desses padecimentos. A partir de vinhetas e casos clínicos são explicitados os dilemas e a manifestação das saídas defensivas, como adições, compulsões e outros sintomas que derivam dessa vinculação distorcida entre pais e filhos.
Psicanalista, doutora em Psicologia Clínica pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), no núcleo de Método Psicanalítico
e Formações da Cultura, e mestre pelo mesmo núcleo. Docente no Centro de
Estudos Psicanalíticos (CEP) e membro do Laboratório Interinstitucional de
Estudos da Intersubjetividade e Psicanálise Contemporânea (LipSic) e do Grupo
Brasileiro de Pesquisas Sándor Ferenczi (GBPSF). Autora do livro Corações
murchos: o tédio e a apatia na clínica psicanalítica (Appris, 2020).
Prefácio
Apresentação
Introdução
1. Relações fusionais na clínica psicanalítica
1.1 O nascimento psíquico e os extravios na
separação-individuação
1.2 Margaret Mahler e o processo de separação-individuação
entre mãe e bebê
1.3 O filho no seio da família
1.4 Vivências traumáticas e seus efeitos nas relações
fusionais
1.5 A persistência da criança no adulto
2. A sedução silenciosa
2.1 Sigmund Freud, a sexualidade infantil e o conceito de
represas psíquicas
2.2 O caso clínico Marla
2.3 Sándor Ferenczi e a tendência incestuosa
2.4 Caso clínico Douglas
2.5 As identificações narcísicas alienantes
2.6 Homens fusionados com suas mães
2.7 Um exemplo de fusão mãe-filha
3. O terrorismo do sofrimento
3.1 Efeitos da vivência traumática nos casos de sedução
silenciosa e terrorismo do sofrimento
3.2 Os conceitos de introjeção e incorporação
3.3 Fé, incredulidade e convicção: a obediência cega
3.4 As famílias claustrofílicas: a síndrome de Estocolmo e a
síndrome de Stendhal
3.5 Caso clínico: Mark
3.6 Promessa ao amanhecer
4. Filhos e filhas que se agarram
4.1 Imre Hermann: o instinto de apego e o instinto de ir-em-busca
4.2 Michael
Balint: Thrills and regressions
4.3 Definições de Balint sobre ocnofílicos e filobatas
4.4 Caso clínico Sam
4.5 Trânsito entre ocnofilia e filobatismo
4.6 A angústia de separação
4.7 O apego e a noção de soteria
5. As relações fusionais e o complexo de Édipo
5.1 O conceito de parricídio
5.2 O conceito de reconciliação ou reparação (atonement)
5.3 A fantasia de relação exclusiva e o incesto
5.4 Mãe e pai como entidades cindidas: a fantasia do inimigo
e a fantasia do salvador
5.5 As ilusões edipianas
5.6 As saídas defensivas
6. Patologias da transicionalidade
6.1 A incapacidade de estar só
6.2 Os objetos e fenômenos transicionais
6.3 O exagero do uso do objeto transicional e o menino do
cordão
6.4 As adicções
6.5 Os extravios da função do objeto
7. Pensamento clínico
7.1 A dimensão do testemunho do analista
7.2 A figura do terceiro na psicanálise
7.3 O legado ferencziano para a clínica psicanalítica
7.4 Escutar com o terceiro ouvido
7.5 O processo de simbolização da história relacional
fusional no “aqui e agora”
7.6 Uma terceira margem
Considerações finais
Referências