Este trabalho aprofunda temas desenvolvidos por Ferraz no livro Perversão. Já ali ele sugeria transformar as complexidades e as reconhecidas dificuldades da clínica desta formação psíquica numa reflexão sobre sua dimensão ética. Um olhar incauto poderia considerar esse convite um desvario. Caracterizada pelo desvio, pela afronta, pela transgressão, por uma visão quase utilitária da alteridade, como poderia a perversão ser pensada sob uma dimensão ética? Para sustentar sua proposta, Ferraz se inspira no veio freudiano que contribuiu para resgatá-la do terreno do juízo moral, revelando-a numa perspectiva de continuidade com a sexualidade dita “normal”.
– Rubens M. Volich
Livre-docente pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), membro dos Departamentos de Psicanálise e de Psicossomática Psicanalítica do Instituto Sedes Sapientiae (São Paulo) e professor do Curso de Psicanálise deste mesmo instituto. É membro da Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental (AUPPF) e autor dos livros "A eternidade da maçã: Freud e a ética" (Escuta, 1994), "Andarilhos da imaginação: um estudo sobre os loucos de rua "(Casa do Psicólogo, 2000), "Perversão" (Cada do Psicólogo, 2000), "Normopatia: sobreadaptação e pseudonormalidade" (Casa do Psicólogo, 2002), "Tempo e ato na perversão" (Casa do Psicólogo, 2005), "Ensaios psicanalíticos" (Casa do Psicólogo, 2011) e "Cidade e subjetividade: memória e imaginário em torno do Teatro Amazonas" (Casa do Psicólogo, 2015), além de coorganizador de diversas coletâneas.
Apresentação
Prefácio
Sidnei José Casetto
1. Do desvio sexual à perversão de transferência
2. A recusa do tempo
3. “Gnosticismo” perverso e “religião” obsessiva: considerações sobre o estatuto do ato
4. As montagens perversas como defesa contra a psicose
5. Sacher-Masoch, A Vênus das peles e o masoquismo
Posfácio
Rubens M. Volich