Metapsicologia, identidade, novas formas de subjetivação
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Como entender, a partir da psicanálise, a hegemonia e a permanência da lógica binária e hierárquica inerente ao nosso sistema de sexo-gênero se reconhecemos que esta não se funda em uma ordem natural? Teria essa “lógica fálica” uma função defensiva? Qual o custo de mantê-la? Que relações existem entre a rigidez do binarismo de gênero e alguns destinos e sofrimentos típicos das identidades masculinas e femininas, ou até mesmo a misoginia e a transfobia? Lattanzio apresenta uma série de hipóteses – rigorosamente sustentadas – que tentam responder a essas e outras questões igualmente relevantes. Este livro é referência essencial para repensar fenômenos clínicos e novas formas de subjetivação, questionando a normatividade da psicanálise clássica, em diálogo enriquecedor com a filosofia, a antropologia, a arte e a teoria feminista.
Deborah Golergant
Psicólogo e psicanalista, é doutor em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com estágio doutoral no Conservatoire National des Arts et Métiers (CNAM), em Paris, membro fundador do Instituto Travessias – Percursos em Psicanálise e coordenador geral do Instituto Albam, em Belo Horizonte. É autor do capítulo “Logique phallique, narcissisme et liaison: une approche continuiste de la psychopathologie psychanalytique à la lumière de la théorie de la séduction généralisée”, da coletânea Narcissisme et “sexual” dans l’oeuvre de Jean Laplanche (PUF, 2020), entre outras publicações.
Saiba mais
1. Gênero e psicanálise
O nascimento do conceito
Existiu uma teoria do gênero em Freud?
John Money e a criação do gênero
Simbiose e des-identificação em relação à mãe: Greenson e o início de uma inversão
Stoller e a inversão concretizada: gênero, imprinting e transexualismo
A primazia do masculino ultrapassada: identificação feminina primária e origens feminin
1. Gênero e psicanálise
2. Feminilidade, passividade, masoquismo: novos fundamentos
3. O conceito de gênero e suas articulações metapsicológicas
4. A psicanálise e o desafio das subjetividades que contrariam a norma fálica: o exemplo das transexualidades
Considerações finais
Referências
as da sexualidade
A teoria da sedução generalizada como base
Identificação feminina primária e identificação passiva: a contribuição de Paulo de Carvalho Ribeiro
Jacques André e as origens femininas da sexualidade
Gênero, sexo, diferença anatômica: primeira circunscrição conceitual
2. Feminilidade, passividade, masoquismo: novos fundamentos
Positivação do feminino: feminilidade ferida versus feminilidade orificial
Nietzsche, Deleuze e a teoria das forças: por uma refundação das noções de passividade e masoquismo
A metafísica da substância e o problema do essencialismo: diálogos com a teoria feminista
A vagina como local de penetração... mas não o único
Sobre paradoxos e tensões: entre essencialismo e construcionismo
A diferença anatômica como enigma fundamental
O problema do binarismo que governa o sistema sexo-gênero e as possibilidades de transgressão
A relação entre feminilidade, passividade e masoquismo como um fundamento contingente
3. O conceito de gênero e suas articulações metapsicológicas
Gênero e conflito psíquico
Ponto de partida: a situação antropológica fundamental
O recalque originário e a natureza do inconsciente segundo Jean Laplanche
O recalque originário como sexuado (ou: o gênero como conceito fundamental da psicanálise)
O polo recalcado é a feminilidade radical
O polo recalcante/defensivo é a lógica fálica (ou: refundação de um marco teórico sobre uma base não transcendental)
As falácias do falo
Construções identificatórias da masculinidade e da feminilidade
Identidade de gênero e primazia da alteridade
Paradoxo da posição masculina: é mais difícil ser homem?
A estereotipia das identificações masculinas
Potencial clínico da paternidade para o trabalho com as construções defensivas das identidades masculinas
A dupla face das identificações femininas
Devir-mulher e novas formas de subjetivação
A morte do homem e as novas formas de subjetivação
A passividade e a orificialidade como metáforas de abertura na construção de novas subjetividades
A feminilidade como virtualidade emancipadora
Devir-mulher: a abertura para a alteridade
4. A psicanálise e o desafio das subjetividades que contrariam a norma fálica: o exemplo das transexualidades
Breve história das transexualidades
Transexualidade: definição, dados clínicos e estatísticos
A controvertida associação entre transexualidade e psicose como expressão de um Simbólico transcendente
A falácia da naturalização, o “erro comum” e o performativo
A feminilidade originária, a refundação do Simbólico e uma hipótese explicativa sobre a transexualidade feminina
Considerações finais
Referências